Carneiro avisa que "não se podem desperdiçar votos" em Lisboa

"Só há mesmo uma candidatura alternativa, séria e credível e aqueles que aqui não estão foi porque não quiseram estar", disse José Luís Carneiro no jantar comício das eleições autárquicas da coligação Viver Lisboa (PS/Livre/BE/PAN) que esta noite reuniu em Lisboa mais de mil pessoas, entre as quais muitas figuras socialistas.
Sem nomear o PCP, que decidiu ficar de fora da coligação, o secretário-geral do PS deixou um aviso: "não se podem desperdiçar votos".
"O voto consequente é o voto no Partido Socialista e na coligação Viver Lisboa, é o voto na Alexandra Leitão", apelou, pedindo "força e energia" na mobilização até domingo.
Segundo José Luís Carneiro, "ganhar Lisboa é ganhar o país".
Em parte do discurso, o líder do PS falou diretamente para Alexandra Leitão e elogiou a sua "sensibilidade, força e capacidade para ser intransigente quando tem que ser com aquilo que é fundamental".
"Como tens dito e bem, isso é ser radical nos valores e nos princípios. Eu também sou radical nos valores e nos princípios e não é necessário afirmá-lo com uma tempestade. Não. É preciso perseguir um caminho", enfatizou.
Carneiro lamentou que nos dias de hoje a vida política em Portugal esteja "marcada pela indiferença e pela insensibilidade" e lembrou que no parlamento questionou o primeiro-ministro sobre listas de espera de cirurgias oncológicas, rendas moderadas ou falta de vagas de creches e de jardins-de-infância.
"O primeiro-ministro não me respondeu. Virou-se para temas laterais que é isso que eles sabem fazer. É desviar as atenções e colocar na agenda mediática os temas que não interessam às pessoas", acusou.
Segundo o líder do PS, a candidatura encabeçada por Alexandra Leitão "é uma grande responsabilidade porque a Europa olha e inspira-se em Lisboa".
Foi neste momento que Carneiro recordou o legado dos antigos presidentes socialistas da câmara da capital, começando por Jorge Sampaio, "fonte de transformação", que já tinha sido lembrado no discurso de Marisa Matias.
"João Soares trouxe a erradicação das barracas e terminou com o Casal Ventoso, marcas humanistas nessa cidade. António Costa fez o reencontro da cidade com o rio. [...] E tivemos o Fernando Medina, que fez com que Lisboa fosse mesmo a capital verde europeia", enalteceu.
Segundo o líder do PS, estas "são marcas" das quais os socialistas se orgulham, defendendo que a candidatura da Alexandra Leitão "é já uma forma de ver e compreender o mundo", aquilo que identificou como "uma casa comum onde estão todas e todos quantos quiseram estar depois de convidados".
"Quero dar as boas-vindas a este grande movimento e dizer que é um orgulho encontrar-me hoje aqui convosco, com Rui Tavares, Marisa Matias, Inês Sousa Real, nesta que já é a forma de ver o mundo do PS", enalteceu.
A ambição que a coligação tem para Lisboa não foi esquecida.
"Que seja uma luz, que seja uma força transformadora da vida em sociedade e que seja um modo de entender e de compreender o mundo, que é a nossa visão humanista da vida, das sociedades e do mundo", afirmou.
No jantar estiveram os líderes das forças políticas que integram a coligação liderada por Alexandra Leitão, com a exceção do BE que foi representado pela dirigente Marisa Matias, em substituição de Mariana Mortágua, que chegou no domingo de Israel onde esteve detida depois de participar na flotilha humanitária para Gaza.
Entre as muitas caras socialistas estavam os ex-governantes José António Vieira da Silva, Siza Vieira, Eduardo Cabrita, Matos Fernandes, João Tiago Silveira ou Graça Fonseca.
O líder parlamentar Eurico Brilhante Dias, os deputados Mariana Vieira da Silva, António Mendonça Mendes, Miguel Cabrita, Marcos Perestrello e Edite Estrela também marcaram presença, assim como Isabel Soares ou os eurodeputados Ana Catarina Mendes e Bruno Gonçalves.
Nas eleições autárquicas de domingo, concorrem à presidência da Câmara de Lisboa, além de Alexandra Leitão, Carlos Moedas (PSD/CDS-PP/IL), João Ferreira (CDU - PCP/PEV), Bruno Mascarenhas (Chega), Ossanda Líber (Nova Direita), José Almeida (Volt), Adelaide Ferreira (ADN), Tomaz Ponce Dentinho (PPM/PTP) e Luís Mendes (RIR).
[Notícia atualizada às 00h20]
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